O povo e (é) o desespero

O povo e o desespero andam lado a lado ou são uma só coisa?

O povo é desesperado por natureza.

O desespero é da natureza do povo.

O Governo utiliza o desespero do povo a seu critério, hiper-lotando, saturando a massa falida do Sistema.

O Governo subestima a inteligência do povo, mas esse (povo) tem sua culpa, pois deixa ser subestimado e pelo visto até gosta disso.

Esse povo é desesperado e hipócrita!

Pelas manhãs mostram um “amor” ao emprego que tem inenarrável, brigam por cada centímetro de espaço nos metrôs, trens e ônibus apenas para não correr o risco de chegar 10 minutos atrasados, sendo que ao chegar nos seus utópicos e fantásticos locais de trabalho, reclamam da vida, que ganham pouco, que ficam até mais tarde e não ganham hora extra...Ahhhh, basta de tudo isso!

Esse povo resume sua (pró) atividade em reclamar de tudo o que está ruim, mas não move uma palha sequer para melhorar.

Todos são magníficos em saber o que está ruim, ou melhor, péssimo. Mas, todos invariavelmente são “ó-te-mos” para dar uma solução, mostrar uma real melhoria que possa ser feita.

O povo mantém a cada novo raiar do dia, a sua mecânica intransigente e imutável: tudo igual todos os dias, nada é feito para tentar fugir do que o Sistema impõe. Uma saída pela tangente e você já é visto como mais um da fímbria de lunáticos: “Nossa, você viu? Aquele rapaz volta uma estação no metrô apenas para ir sentado pro trabalho, deve ser um louco ou drogado...”

O certo e o errado parecem ter apenas uma forma, a do Mainstream, ou seja, se todos estão dizendo que é bom, é porque deve ser, aliás, é porque é! (Afinal, a voz do povo é a voz de Deus) – Que Deus não me ouça, afinal tenho certeza que ele pensava com seu cérebro e não como os outros queriam que ele pensasse...Não é a toa que foi crucificado.

Todos têm um pré-conceito intrínseco que sempre é “exalado”, mas quando a situação se inverte todos querem seus direitos e se sentem ofendidos...

O povo perde mais tempo falando dos outros (qualidades e principalmente defeitos) do que cuidando em melhorar sua vida, que sempre está longe do que ele queria, mas melhorar é só para os “diferentes”.

O que todos querem é não se sentirem diferentes, ser mais um na multidão é melhor e menos “problemático” do que se diferenciar.

A fuga da obviedade é simples e clara está sempre abaixo dos nossos olhos, talvez por isso passe tão despercebida.

Pense mais nos “Porquês”, “Comos”, “Ondes” e “Quem(s)” do que no simples: “Tá ruim, mas tá bom.”

Seja mais indagador e menos um mero “respondedor” de “Sim(s)”

Seja e faça o que quiser sem ligar para o que os outros vão pensar ou dizer a respeito, afinal a sua a vida é só sua.